quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Semana de 23 a 27 de agosto de 2011

Nas ultimas semanas as questões ambientais tiveram seu espaço reduzido na mídia impressa brasileira devido aos problemas que o atual governo brasileiro vem enfrentando do ponto de vista politico, cobertura sobre a situação na Líbia e reportagens investigativas sobre a tão falada corrupção em nosso país.
Na web, ao contrário as matérias sobre Belo Monte que, diga-se de passagem,é um escândalo internacional se multiplicaram mostrando quão polemica é esta obra e como é difícil, praticamente impossível, reverter o atual estágio das obras. De um lado, temos o governo defendendo ferrenhamente a obra, de outro, ambientalistas, comunidades indígenas, cientistas, comunidades de direitos humanos, enfim a sociedade brasileira. A imprensa se isentou de entrar fundo e continuar a falar do assunto. A impressão que dá é que se cansou. Haveria necessidade de um grande escândalo para que o tema voltasse à pauta novamente com o espaço que merece.
Como o governo brasileiro está diretamente envolvido em apoiar e defender este empreendimento com todas as ferramentas de que dispõe, resta a dúvida: será que a força como maior anunciante nacional pesa nesta hora?
De resto, continuam intensíssimas as movimentações em torno da organização da Rio +20. Há muito trabalho de bastidor sendo feito. Uma pena que a imprensa em geral está cobrindo muito pouco esse processo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ecopress - Agencia de Noticias Ambientais: Semana de 25 de julho a 3 de agosto de 2011

Ecopress - Agencia de Noticias Ambientais: Semana de 25 de julho a 3 de agosto de 2011: "As últimas semanas foram mornas em relação à cobertura sobre temas relacionados ao meio ambiente no Brasil. Não tivemos desastres impactante..."

Semana de 25 de julho a 3 de agosto de 2011

As últimas semanas foram mornas em relação à cobertura sobre temas relacionados ao meio ambiente no Brasil.
Não tivemos desastres impactantes, o governo não pautou o assunto e alguns cadernos especiais sobre meio ambiente trataram de temas como mudanças climáticas, Belo Monte entre outros.
Seguindo o foco da Rio+20, o  Ministério da Ciência e Tecnologia prometeu na semana passada apresentar um  plano de investimentos em pesquisas voltado à economia verde. Os investimentos serão feitos pelo CNPq, FINEP e o próprio Ministério. O foco serão as energias renováveis, economia do conhecimento e do extrativismo promovendo o desenvolvimento sustentável.
Na contramão desta noticia, a Petrobrás anunciou que quer ser a maior produtora de etanol do país. 
O que já dá para começar a perceber pela cobertura brasileira ainda incipiente sobre soluções voltadas para a produção e consumo de forma sustentável é que um novo cenário inevitável está se formando tendo como centro das atenções a questão da mobilidade. Carro à etanol ou energia elétrica?  
De um lado, os produtores de petróleo, de etanol. De outro as produtoras de energia elétrica das formas mais variadas possíveis. No meio, os fabricantes de veículos sejam eles individuais ou coletivos. 
Nessa queda de braço o Governo terá um papel fundamental, pois, em tese, como regulador de um modelo que atenda a todos, da melhor forma possível, terá a tarefa de planejar a mudança.  Falta o envolvimento dos meios de comunicação sensibilizando a opinião publica para este embate que já começou nos bastidores mas que ainda não está visível aos olhos da população em geral. 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ecopress - Agencia de Noticias Ambientais: semana de 18 a 23 de julho de 2011

Ecopress - Agencia de Noticias Ambientais: semana de 18 a 23 de julho de 2011: "Muito oportuno o seminário promovido pelo ISA e Vitae Civilis na FGV só para jornalistas para se preparar para a cobertura da Rio+20. A ..."

semana de 18 a 23 de julho de 2011

Muito oportuno o  seminário promovido pelo ISA e Vitae Civilis na FGV só para jornalistas para se preparar para a cobertura da  Rio+20. A revisão histórica dos processos que nos levaram à situação atual mostra que o ser humano vê e revê debates através da elaboração de planos que se sobrepõem o tempo todo. Os avanços acontecem no meio disto tudo em pequenas brechas entre um plano e outro. Parece claro que não há a coragem para enfrentar os enormes sacrifícios de uma mudança radical como é a passagem de um modelo de desenvolvimento e o atual.
Sem duvida alguma avançamos depois da Conferencia de 1992, mas os avanços são pequenos tomando-se em conta a enorme quantidade de mudanças necessárias para que o novo modelo econômico seja implantado. Uma das sugestões mais interessantes foi a de partir para a remoção de entraves para que as soluções que já existem floresçam.
A preparação da imprensa para cobrir a Rio+20 é uma ação fundamental para melhorar a cobertura local aprofundando um pouco mais as abordagens dos vários aspectos envolvidos, e que não são poucos.

Um dos pontos centrais do evento falará de alternativas às fontes de energia que usamos nos dias de hoje e que são esgotáveis. No âmbito destas discussões, vale a pena ler a matéria de Giles Lapouge no Estadão desta quarta-feira falando do impasse na Comissão de Bruxelas ao tentar responder à seguinte pergunta: o biocombustivel é realmente uma alternativa saudável já que esta alternativa aumentará cerca de 167% a mais de gás de efeito estufa do que os combustíveis tradicionais.

A imprensa brasileira trabalhou as questões ambientais nas ultimas semanas focada nas altas temperaturas deste inverno e as conseqüências do alto índice de poluição nas grandes cidades. O impacto deste fenômeno na saúde é enorme e os gastos  gerados pelo atendimento do sistema de saúde aumentaram sensivelmente.  Aparece aí então o custo do sistema adotado para os transportes e geração de energia atual. No entanto, não há matérias sobre soluções para minimizar o problema. Constata-se mais uma vez fatos, mas não se avança na cobrança de políticas publicas mais eficientes do ponto de vista da sustentabilidade.







quarta-feira, 29 de junho de 2011

Semana de 26 a 30 de junho de 2011

Enquanto aumenta o espaço na imprensa brasileira sobre as licitações para a Copa e Jogos Olímpicos, o Código Florestal terá mais uma audiência publica amanha com a presença da  ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Na sexta (1º), serão as organizações e cooperativas do setor agropecuário a discutir o assunto com os senadores da CRA.
Nesta semana, os senadores também poderão votar em Plenário o projeto de lei da Câmara (PLC 1/10), que regulamenta o licenciamento ambiental e define competências da União, dos estados e dos municípios com relação ao setor. A proposta, de autoria do deputado Sarney Filho (PV-MA), tramita em regime de urgência, mas só pode ser votada depois que o Plenário deliberar sobre a medida provisória 526/11, que autoriza a União a conceder crédito de até R$ 55 bilhões ao BNDES.
Tudo isso, está pipocando nas mídias sociais de forma intensa. Na mídia impressa vemos algumas matérias de folego mas é clara a falta de agilidade deste meio para acompanhar o ritmo dos acontecimentos. Por exemplo, entre hoje e amanhá acontecem encontros importantíssimos reunindo representantes de ONGs brasileiras para definir toda a estratégia de ação para a Rio+20. Serão 3 dias intensos de articulações buscando fazer da Rio+20 um evento histórico, memorável do ponto de vista dos avanços que se esperam em relação às mudanças climáticas, economia verde e assuntos correlatos. Neste caso, o que se vê, hoje em dia, é um esforço enorme da sociedade civil cobrando atitudes por parte das autoridades, que estáticas, ainda pouco fizeram para avançar. E é preciso lembrar que falta menos de um ano para a Rio+20!




  

quarta-feira, 22 de junho de 2011













Os fatos são incontestáveis. Do final do ano até hoje, as noticias sobre meio ambiente na imprensa brasileira se alternam entre Belo Monte, desmatamento na Amazonia, Código Florestal e alguns pitacos de assuntos relacionados ao uso da energia nuclear. Belo Monte voltou esta semana com tudo. O
 Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS) entregou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) a petição final com as denúncias de violações de direitos humanos por parte do Brasil na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará. No documento, segundo a assessoria do movimento, são "esmiuçadas supostas ilegalidades do processo de licenciamento da usina. Dentre eles, a assessoria cita o "desrespeito ao direito de consulta e ao acesso à informação". Os autores da petição listam, em detalhes, os supostos problemas de Belo Monte, que possivelmente "afetarão as populações da Bacia do Xingu" incluindo impactos para a saúde, meio ambiente, cultura e o possível deslocamento de comunidades indígenas.   A passagem do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pelo Brasil na ultima semana foi regada a muitas reuniões com movimentos sociais envolvidos na construção de uma agenda positiva para a Rio +20 .Interessante notar que a ministra do Meio Ambiente falou das iniciativas ambientais positivas. O problema é que falta ao Brasil uma agenda comprometida de fato com questões ambientais graves e que definirão nosso futuro nos próximos 25 a 50 anos. Falta o planejamento integrado e sério que precisa começar a ser implantado antes que os recursos naturais de que dispomos hoje sejam destruídos pelo imobilismo e pela falta de coragem para enfrentar os desafios enormes que uma empreitada destas precisa. Por exemplo, se algum jornalista se interessar em vasculhar melhor o nível de entendimento e articulação da sociedade brasileira em seus vários segmentos sobre o que pode vir a ser e o que se espera da Rio +2o certamente verá que há uma dissintonia total entre grupos e compreensão do evento.  O primeiro a fazer isso foi o Andre Trigueiro da Globo News mas há necessidade que mais e mais veículos se interessem pelo assunto para que não  fiquemos esperando o tempo certo chegar.  Muito boa a matéria do Brasil Econômico sobre o levantamento da ONG Observatório Social  que monitorou a trajetória do carvão produzido na Amazônia em 2004 comprovando que o carvão vem de carvoarias que exploram o trabalho infantil e escravo, vendem para exploradoras certificadas que, por sua vez, passam para seus clientes. Com isso, podemos dizer que  nosso ferro-gusa é produzido com trabalho escravo e devastação ambiental.                                                                                                                          










quarta-feira, 8 de junho de 2011

Semana de 6 a 12 de junho de 2011

No dia Mundial do Meio Ambiente a imprensa nao fez cadernos especiais na quantidade dos outros anos. Foi dado um espaço mediano à Virada Sustentável paulista e  o foco esteve mais concentrado no então ministro Palocci.  Fato relevante foi a matéria publicada pelo Estadão no dia 5 de junho de que o  governo implantará até 2020 24 hidrelétricas no pais e o cancelamento de investimentos em novas usinas nucleares. A matéria de meia pagina se resumiu a citar dados pautados pelo governo dentro de sua "agenda positiva" de mostrar serviço nas ultimas semanas. Esqueceram de entrevistar cientistas e outros especialistas para tentar entender afinal, de que modelo de desenvolvimento estão  falando? O que significa o IBAMA aprovar Belo Monte? Será que este planejamento se encaixa dentro de uma agenda sustentável? O que significa não destinar um centavo sequer a novos investimentos em eólicas e solares nos próximos anos? Logo em seguida tivemos a cerimonia de lançamento da Comissão Nacional de Organização da Rio +20 e o discurso da presidente Dilma  reafirmando o compromisso de não negociar questões relacionadas ao desmatamento na reforma do Código Florestal. Ou seja, Dilma parece muito convincente quando se refere à sua rejeição ao Código Florestal na forma como está mas este governo ainda é muito contraditório quando a questão é a sustentabilidade e a preservação do patrimônio ambiental para as futuras gerações.
Mudando um pouco de assunto. O CONAR, que é o Conselho de Auto Regulamentação Publicitária vetará campanhas publicitárias no Brasil que enalteçam atributos verdes que as empresas não possam comprovar. O Green Washing passa a ser proibido depois de 1o. de agosto deste ano. Para quem não se lembra a Petrobras teve que suspender duas campanhas publicitárias em 2008 que ligavam o nome da empresa a ações de responsabilidade ambiental. A empresa teve que firmar um acordo com o Ministério Publico Federal para reduzir o teor de enxofre no diesel, atitude que ela se recusava a tomar. Essa decisão dará aos consumidores mais força para proibir que seja "vendida"uma imagem que não corresponde à verdade.
E para terminar hoje, dia 8 de junho, é o Dia Mundial dos Oceanos. A única menção que aparece na mídia está pelo twitter.






quarta-feira, 1 de junho de 2011

Semana de 1 a 6 de junho de 2011

As ultimas duas semanas foram intensas e muito tristes para o meio ambiente brasileiro. O Código Florestal como dissemos passou a ser moeda de troca e, agora, infelizmente encontra-se em terreno extremamente pantanoso. As mortes no Pará aumentam por conta da questão da ocupação da Terra e o governo, refém de suas alianças e de denuncias contra o articulador politico, Antonio Palocci está acuado tentando sair do "imbroglio" em que se meteu.
Ao mesmo tempo em que tudo isso acontece, estamos nos aproximando do Dia Mundial do Meio Ambiente, e isso vem fazendo com que o tema venha aumentando seus centímetros nas paginas dos jornais, na web e no radio.
A convergência destes fatores mais a intensa articulação de bastidores no sentido de recolocar as coisas nos trilhos está gerando uma tensão sem precedentes dentro do neonato governo Dilma. No fundo disso tudo está o embate de visões sobre o que os vários segmentos da sociedade brasileira querem para o Brasil dos próximos anos. Quanto mais fragilizado o governo, mais tensa fica a situação e mais radicais ficam as providencias de quem quer fazer valer suas idéias pela força. A imprensa poderia agora, olhar para além dos fatos, e sentir na base dos parlamentares como está a tendência no Senado em relação à votação do Código Florestal. Isso ajudaria muito a sociedade civil organizada a finalmente participar de um projeto que definirá o futuro de muitas gerações.  Nos últimos meses ela realizou articulações de ultima hora com esforços financeiros enormes se comparados aos investimentos realizados pelos ruralistas no mesmo projeto.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Semana de 23 a 27 de maio de 2011

A sensação que fica depois da aprovação pelo Congresso do texto proposto por Aldo Rebelo para o novo Código Florestal é de desalento. Desalento conosco mesmos. A sociedade brasileira não conseguiu se mobilizar a tempo, não teve pernas para fazer frente à uma campanha e uma estrutura articulada de pressão que conseguiu seu intento após uma excelente estratégia e planejamento conseguindo o resultado almejado. É nessa hora que todas as esperanças se voltam para o governo que, com seu poder, pode fazer valer ideais de toda uma sociedade olhando para o futuro e vetando o  absurdo que ocorreu no Congresso.
Mas o governo parece fraco e mal articulado no momento. A esta situação junte-se ainda o assassinato do casal de seringueiros que lutava contra o desmatamento feroz na Amazônia. Como em um faroeste. As redes sociais estão cheias de indignação. Os jornais por sua vez retratam os fatos e repercutem o que a imprensa estrangeira está vendo claramente. O Brasil é uma farsa ecológica. Se compromete com discursos bonitos em foros internacionais e dentro de casa esquece do básico. Falta estrutura e comprometimento para com a preservação de nosso patrimônio natural.  Dilacerado ele não valerá nada. Pior do que isto. Custará muitas vidas mais. Será que é tão difícil fazer essa conta?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Semana de 16 a 21 de maio de 2011

Embora estejamos nos aproximando do Dia Mundial do Meio Ambiente as matérias sobre o assunto rarearam na imprensa brasileira. Acho que a imprensa está produzindo matérias para desovar tudo no dia 5 de junho. Pena que só temos um 5 de junho por ano!!!
O assunto mais falado dos últimos tempos tem sido o Código Florestal. Como a votação foi adiada aproveito o espaço aqui para passar algumas informações importantes a respeito do assunto. Elas foram produzidas por cientistas e estudiosos de faculdades renomadas no pais e explicam claramente pontos polêmicos do projeto de Aldo Rebelo apresentados tarde da noite com tempo de meia hora para que os deputados pudessem se manifestar e opinar, o que por si só, já é uma mostra de descaso total para com a população brasileira.
O art 13, alínea 7 por exemplo permite que imóveis com até 4 módulos fiscais não precisem recuperar sua reserva legal. Por que isso é perigoso? Porque abre brechas para uma isenção quase generalizada.  A argumentação do relator é que ele quer garantir  a sobrevivência de pequenos agricultores, que não poderiam abrir mão de áreas produtivas para manter a reserva.  Mas o texto não restringe esta flexibilização só para os agricultores familiares. Ele cria as condições para que a isenção possa ser disponível, a qualquer momento, para os que venham a desdobrar suas matrículas e assim esvaziar qualquer obrigação de recuperação. Trata-se de um caso em que a própria norma criaria a burla. Essa brecha fará com que mais de 90% dos imóveis do país sejam dispensados de recuperar suas reservas legais.
Outra pérola do texto é o art.4 o  que diz que  Manguezais e Veredas, áreas de extrema importância ambiental, deixam de ser consideradas áreas protegidas, abrindo espaço para que sejam drenadas e ocupadas, sem qualquer controle, por atividades agropecuárias, de criação de camarões ou loteamentos urbanos. Além de simplesmente “sumir” com essas áreas do artigo  deixa expresso que os salgados e apicuns, que são partes do ecossistema manguezal, não são protegidos. E por aí vai.....

A íntegra da nota técnica está no site do Instituto Sócio Ambiental http://www.socioambiental.org/banco_imagens/pdfs/Nota_tecnica_sobre_CF.pdf

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Semana de 9 a 16 de maio de 2011

O tema ambiental mais importante da semana é sem dúvida alguma a votação do Código Florestal. Entre idas e vindas há um sério temor de que as bancadas votem um texto que não é do agrado do Governo e isso chama muito a atenção para outro fato. O governo tem aliados mas, na verdade, este aliados fazem o que querem e é preciso negociar muito mais. Com a velocidade que o debate sobre o Código atingiu, nem o governo consegue mais articular seus apoiadores que, soltos votarão o que lhes for mais conveniente. A única forma de reverter isso é trazendo à tona mais benesses. E aí o Código Florestal passa a ser a moeda de troca de preço super valorizado. O meio ambiente nesta história é o que menos importa.


Outro destaque da semana foi a descoberta de caçadas em uma fazenda do Pantanal de uma conhecida ambientalista. Não dá para entender a história e a cobertura da imprensa não esclarece direito e se atém aos fatos e declarações de advogados. O problema é que Beatriz Rondon, é conhecida por seu envolvimento com os movimentos em prol do meio ambiente e os fatos contrastam muito com sua história de vida. Nas mídias sociais o fato gerou muita polêmica e a posição de Beatriz não ficou esclarecida pois ao invés de falar ela se limitou a não declarar nada. O interessante é ver que enquanto a cobertura na imprensa escrita e televisionada ficou na superfície, as mídias sociais trouxeram à tona opiniões de quem conhece o assunto, está chocado e não se conforma pelo fato da imprensa ter tratado o fato de forma tão superficial como se fosse mais um caçador atuando na região.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Semana de 1 a 6 de maio de 2011


Depois de um período em que a mídia só falou de um casamento na Inglaterra, o assassinato de Osama Bin Laden e a beatificação do Papa João Paulo II, as atenções se voltam para a votação do Código Florestal que, nesta quarta-feira, deve movimentar os ambientalistas, ruralistas e demais envolvidos. A luta é grande ainda, pois há tantos alinhavos a serem feitos, que o prazo certamente não será suficiente para criar algo digno de permanecer por muito tempo no ar. A verdade é que, olhando para trás, vemos que o projeto foi apresentado pronto e com a alegação de que houve uma enorme consulta às bases antes de ser redigido. Os acontecimentos dos últimos meses comprovaram que isto não aconteceu. O lobby ruralista, que estava tranqüilo, quanto à votação do novo Código foi surpreendido por um esforço hercúleo dos ambientalistas e cientistas que, juntos, mais uma vez, tiveram que enfrentar o status quo e mostrar o quanto o Código estava distante de um mínimo de coerência com políticas ambientais e compromissos internacionais de sustentabilidade.
O preço disto tudo aparece no resultado do texto.
A importância da imprensa em um processo como este é indiscutível.
O que eu me pergunto é porque ainda geramos mais matérias em cima de polêmicas do que do acompanhamento de temas que, certamente, produzirão impactos fundamentais em nossas vidas, antecipando a maturação de idéias e o envolvimento da sociedade como um todo.

Outros destaques: Na semana passada um deputado federal do PMDB pediu o fechamento das usinas nucleares de Angra dos Reis por considerar que elas funcionam de forma ilegal, já que não têm licença ambiental para operar. Outro deputado, desta vez do PT, apresentou projeto de lei vetando o uso de peles de animais silvestres de qualquer tipo, em eventos de moda no Brasil. Em caso de descumprimento da lei a pena seria de 1 a 3 anos de reclusão.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Semana de 22 a 27 de abril de 2011

No meio da briga entre ambientalistas e Aldo Rebelo, idealizador do Novo Código Florestal o Estadao publicou no sabado um excelente artigo de Vicente Andreu, presidente da Agencia Nacional de Aguas, a ANA. Além de colocar por terra o argumento daqueles que querem diminuir os 30 metros de cada lado da margem do rio para usos variados que não sejam  a preservação, ele sugere que os fundos das hidrelétricas terão em 2015 dinheiro suficiente para pagar R$ 1,00 por metro quadrado preservado aos proprietários de terras. Para quem maiores detalhes é só entrar no www.ana.org.br. Outra bola dentro foi a matéria publicada também pelo Estadão dando uma visão  sobre os preparativos da Rio +20. Finalmente mostraram parte dos bastidores e um processo em curso. Documentar processos e o desenvolvimento de articulações faz  um enorme bem à democracia e à evolução da sociedade. A imprensa tem um papel fundamental nisso mas infelizmente é preciso contar nos dedos matérias com este enfoque durante a leitura semanal.


Ainda sobre o Código Florestal vale a pena o debate que a CBN promoveu entre Aldo Rebelo e Joáo Paulo Capobianco, ex secretario de Marina Silva quando esta era ministra do Meio Ambiente. Foi tambem uma das poucas vezes em que um ambientalista enfrentou um deputado federal de frente com total liberdade de expressão, sem ironia e de forma direta e reta, sem meias palavras. 


Saindo um pouco da imprensa brasileira, temos uma abordagem bem criativa publicada pelo Economist propondo que as emissões de carbono sejam calculadas levando-se em consideração a emissão de carbono no pais adicionada à emissão produzida para fabricar os bens que o país importa. O estudo feito por um grupo de pesquisadores chamado Cicero mostra que os países europeus, por exemplo, que se orgulham de manter o mesmo nivel de emissões dos anos 90 teriam sua conta aumentada a ponto de se tornarem deficitários. 


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Semana de 10 a 16 de abril de 2011

Como dissemos na semana passada, o Código Florestal foi tema de várias reuniões, articulações com o objetivo de chegar a um consenso entre partes que ainda não conseguiram construir uma ponte ou mesmo uma cancela entre si.
Um dos pontos que mais me impressiona é a polêmica sobre os tais 15 ou 30 metros das margens dos rios que vem sendo apontado pela imprensa regularmente como se fosse mais um item da pauta.
Ora, em um pais de dimensões continentais essa discussão beira a loucura. Não estamos falando do Japão ou da Europa onde as propriedades rurais podem existir até em quintais de casas. Estamos falando de um país que dispõe de áreas imensas para agricultura. Ou seja, pedir 15 metros das margens, correndo o risco de comprometer um inteiro sistema natural é um absurdo tão grande que chega a incomodar, ainda mais pelo fato de que a imprensa local não aborda o tema em linguagem simples e acessível de maneira a tornar a informação sobre esta realidade compreensível a todos.

Denuncia do Estadão apontou que menos de 1% das multas do IBAMA são quitadas. A matéria analisa alguns aspectos informando que as multas diminuíram e que o IBAMA está focado em multar os grandes desmatadores. Mesmo assim, enfrenta problemas na cobrança pois muitas empresas estão em nome de "laranjas" além da enorme teia burocrática que atravanca o andamento dos processos. O que a matéria não aborda é a força do consumidor que, ao saber disto, pode optar por não comprar produtos de regiões como O Pará , Rondônia, Bahia e Mato Grosso pelo simples fato de não haver transparência nos processos de produção e falta de respeito à legislação local.
Quem ainda não foi ao Acre não deve deixar de ler matéria no Caderno de Turismo do Estadão publicada nesta  3a. feira contando os passos para melhor conhecer um pouco do coração da Amazônia. O turismo é sem dúvida nenhuma a alternativa mais apropriada para a região e quanto mais pessoas conhecerem e desfrutarem de suas belezas mais gente desenvolverá o ímpeto de proteger e garantir a perenidade de suas belezas naturais.
Muito interessante também a matéria do Valor Econômico falando sobre a troca de experiências de 40 prefeitos de todo o mundo que acontecerá em São Paulo em maio. O pano de fundo será os efeitos do clima na saúde pública. A rede formada em 2001 por estes prefeitos permite um intercâmbio riquíssimo de soluções que deram certo e outras que precisam ser evitadas. Vale a pena acompanhar.
Quanto às usinas nucleares, parece que o impacto do desastre de Fukushima por aqui já foi esquecido.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Semana de 3 a 8 de abril de 2011

Código Florestal e nuclear: semana quente


O tema mais quente destas próximas semanas será sem dúvida nenhuma a tentativa de votação do novo Código Florestal. De um lado, o Ministério do Meio Ambiente mostra que precisa ganhar tempo para tomar a decisão menos ruim. De outro, ruralistas levam gente para Brasília e investem pesado ameaçando com falta de alimentos e alta de preços. 
E como pitada adicional tivemos que além dos ambientalistas , a industria papeleira aderiu ao coro dos que não querem o Código do jeito que está.

Outro assunto quente é Belo Monte. O Valor Econômico destacou uma informação importante que revela o custo do impacto da obra nos municípios afetados que agora querem cobrar do governo o montante de R$  250 milhões e mais R$ 170 milhões ano para manutenção da operação.
Para colocar mais água na fervura a OEA – Organização dos Estados Americanos mandou ontem um comunicado indicando que Belo Monte é tem que realizar uma ampla consulta, principalmente junto às comunidades indígenas.
Quanto às usinas nucleares, se observarmos o que a imprensa vem registrando, parece que o susto já passou. O que é um perigo ainda maior quando vemos que Angra dos Reis e outros projetos precisam de uma discussão intensa em nossa sociedade para que não sejam levados em consideração somente na hora de um novo desastre.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Semana de 28 a 1 de abril de 2011

Muito interessante o mapa montado pela revista The Economist mostrando as plantas nucleares existentes no mundo que mostram a China com 77 reatores em construção e mais 110 planejados para breve. Com o acidente de Fukushima e a crescente contaminação do mar, ar e solo há uma enorme tensão no ar já que os impactos do desastre não conseguem ser minimizados e sequer dimensionados em curto espaço de tempo.   Aliás muito interessante o formato do jornal da Cultura apresentado por Maria Cristina Poli que vem trazendo convidados para comentar notícias do dia a dia dando ao espectador munição para se aprofundar ou formar uma opinião mais consistente em relação aos vários temas abordados. Recentemente, o acidente de Fukushima foi tema de comentários que mostraram o quanto estamos distantes de compreender o enorme risco que corremos ao trabalhar em escala industrial com as usinas nucleares.
Estas semanas têm sido semanas de muita, mas muita articulação mesmo, da parte de ambientalistas em relação às campanhas que deverão mobilizar a sociedade mundial em torno da Rio +20. As discussões avançam a passos largos, principalmente em nível internacional. Pena que a imprensa não está documentando isso. O que está visivel nas paginas em papel e na web são as discussões em torno de Belo Monte que voltou ao cenário mostrando dois pólos opostos em confronto morno, em termos de repercussão, ainda quando se fala da continuidade das obras. De um lado, o governo, que não abre mão do projeto e de outro, toda a sociedade brasileira. Até a Organização dos Estados Americanos (OEA),pediu esclarecimentos sobre o processo de licenciamento de Belo Monte. Vamos ver até que ponto a corda vai.
E, por fim, o Código Florestal aparece como um dos temas mais falados na web pois há uma enorme mobilização da sociedade em torno do texto a ser refeito. 




    

quarta-feira, 16 de março de 2011

Semana de 15 a 19 de março 2011

Não há lugar no mundo onde não se fale do tsunami no Japão e suas conseqüências. O tsunami que parecia algo impressionante foi rapidamente substituído nas manchetes pelos perigos que a população das ilhas está enfrentando com os constantes escapes de radio atividade da usina nuclear de Fukushima.
Números e mais números não conseguem esconder a falta total de preparo do ser humano no controle daquilo que ele criou frente um desafio imposto pela Natureza. Assim foi com vários acidentes acontecidos com usinas nucleares em vários países ou mesmo com as plataformas de petróleo. A energia nuclear não é trabalho para iniciantes. E, em seu controle, vemos constantemente que estamos engatinhando. Mas o ser humano é cabeçudo, segue em frente, não tem limites. Quando a Natureza se manifesta e não conseguimos controlar algo que parecia extremamente controlável entramos em parafuso. Quilômetros de matérias se acumulam, aumenta a audiência de todas as mídias e centenas de debates pipocam debatendo o assunto.
No Brasil, até que os debates começaram rapidinho e eles mostram novamente o que todos já sabemos: falta fazer a lição de casa e definir um modelo de produção de energia para o país levando em consideração o custo ambiental destas opções. A imprensa continua a repetir as versões apresentadas nos debates: os custos das opções existentes - biomassa, hidrelétricas, nucleares e eólicas são comparadas apenas a partir dos investimentos financeiros e não levam em consideração os custos ambientais de cada decisão. Na hora do desastre, estes custos aparecem e aí seguradoras começam a apresentar contas faraônicas, comunidades começam a contar seus mortos e por aí vai.
Seria bom que a imprensa fosse mais fundo na discussão e na difusão das noticias ou debates avançando na busca por informações mais consistentes e que pudessem auxiliar a opinião pública a tomar decisões com conhecimento de causa e não a partir de partes fracionadas de um grande iceberg.
Afinal quanto custa (de verdade) para  a nossa sociedade e para o mundo optar por usinas nucleares, energia eólica, biomassa ou hidrelétricas?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Investimento em infraestrutura pressupõe passar o trator nas questóes ambientais?

Matéria publicada em O Estado de S.Paulo ( 20/02/2011) traz uma macro abordagem sobre as principais obras que deixam os ambientalistas de cabelos em pé ainda mais agora com o choque de gestão propalado pelo Governo no sentido de agilizar os processos de licenciamento ambiental.
Que é preciso um choque de gestáo há muito tempo neste país náo há dúvida alguma. Mas o que deixa me espanta mesmo é a falta de um olhar crítico sobre o tema e a necessidade de planejar o desenvolvimento brasileiro levando em consideração a necessidade de implantar o quanto antes uma economia verde no país. Vamos imaginar que Belo Monte, a ligaçao do Rodoanel com a Fernáo Dias e o aeroporto de Guarulhos, Porto Açu no Rio de Janeiro e outros projetos fossem aprovados a toque de caixa porque são indutores importantes de desenvolvimento. Sem prestar muita atençao às questóes de sustentabilidade destes projetos olhariamos daqui a alguns anos para trás e veriamos o mesmo cenário que vemos hoje. Ou seja, obras que destruíram patrimonios naturais importantes e que têm um tempo de vida relativamente curto se compararmos com as riquezas naturais dizimadas sem qualquer critério. Qual o custo disso? Todos concordam que há de haver critério mas qual será esse critério? Afinal quanto as questóes da sustentabilidade pesam na balança do desenvolvimento? Estas sào as perguntas que temos que enfrentar se quisermos ser um país desenvolvido em médio prazo.
Estamos no início de uma transiçao importante para a economia verde. Ontem, na reunião preparatória da Rio+20 em Nairobi, com a presença inclusive da ministra do Meio Ambiente brasileira e mais 3 centenas de delegados de todo o mundo, 80 representantes, dentre eles o Brasil, assinaram uma nota que, dentre outras propostas ousadas, fala em adotar medidas concretas e efetivas para a implantação da economia verde indo de mudanças no regime financeiro e comercial internacional, compromissos para a criação e transição de empregos verdes e a adoção de novas métricas para o desenvolvimento.
É visível a distancia entre o discurso e a prática. O que dizer do financiamento massivo para a compra de carros deixando de lado investimentos em transporte público movido a eletricidade ou hidrogênio por exemplo?
A maioria dos países desenvolvidos já percebeu que estamos em um caminho sem volta e já está se estruturando para este novo momento. Entáo por que náo pular uma etapa e pensar fora da caixa ? Esse é o choque de gestão que o Brasil precisa.  A imprensa bem que poderia explorar um pouco mais este assunto.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Semana de 7 a 12 de fevereiro de 2011

Uma grande movimentação internacional está em curso. A imprensa ainda não notou a marola, mas há uma série de articulações em vários níveis, seja no Brasil, seja nos países que fazem história nas questões ambientais. O foco final de todos é a Rio+20 que promete ser um dos maiores eventos ambientais da década. Esforços de todos os lados, reuniões pelos quatro cantos do planeta estão acontecendo sem parar para gerar um trabalho estruturado que possa trazer resultados eficazes. Quem melhor retratou ultimamente este movimento foi Washington Novaes no Estadão levantando um detalhe interessante. Enquanto a movimentação das ONGs e governos é intensa  o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, decepcionado com os resultados das reuniões do clima em Copenhague (2009) e Cancún (2010),  reduziu sua equipe que trata de mudanças climáticas de 12 para 5 pessoas, e aumentou para 12 pessoas a equipe voltada para desenvolvimento sustentável. A perspectiva de Ban Ki-moon é de que não haja acordo sobre as mudanças climáticas a curto prazo. O novo foco, na economia verde deve representar algo mais palpável para o secretário geral, no que ele não está totalmente errado. O risco é partirmos para soluções pragmáticas de curto prazo que não vislumbram um planejamento de longuíssimo prazo que é fundamental para mudanças tão profundas quanto as que teremos que fazer nos próximos anos.
Enquanto isso Belo Monte continua firme e forte sob a alegação de que a sociedade civil já foi exaustivamente consultada, o Código Florestal brasileiro segue sua trilha devagar e ardilosamente articulada por aqueles que querem sua aprovação sem mudanças.
Está faltando trabalhar uma pauta respondendo à seguinte pergunta: quanto custa a articulação da sociedade civil em um país onde o governo ainda tem uma liberdade de expressão e de ação infinitamente maior do que o normal agindo sem se importar muito com o que seus eleitores pensam? Qual é o tamanho de nossa fragilidade?