terça-feira, 2 de junho de 2009

Semana de 27 a 31 de maio de 2009

Na semana que passou o tiroteio entre o ministro do Meio Ambiente e os ruralistas tomou proporções impensáveis meses atrás. O interessante é notar que o conflito atinge seu auge exatamente na semana do Meio Ambiente e está calcado em uma campanha visivelmente orquestrada pela bancada ruralista com o claro objetivo desmoralizar Carlos Minc. Isso acontece exatamente no momento em que ele questiona uma série de inabilidades do governo ao qual pertence.
No momento em que Minc dirigiu sua artilharia na direção de vários atores do cenário da devastação ambiental brasileira surge uma manchete no Estadão informando que o IBAMA segurou por quase 9 meses a aplicação de uma multa de R$ 3milhões contra o grupo Bertin.

A noticia mereceu capa do jornal e trouxe um índice remissivo dos fatos referentes somente ao leilão dos bois piratas e não trouxe nenhuma referencia aos ataques previos do ministro aos seus pares. A impressão ao leitor desatento, era de que esse ministro tão metido a acusar desmandos e falta de composturas, tinha agora um telhado de vidro.
Lendo com um pouco mais de atenção, percebe-se que a multa não deixou de ser aplicada.
O que aconteceu é que ela levou nove meses para ser aplicada. A empresa promete inclusive recorrer da penalidade por achá-la indevida e inclusive cita outras multas recebidas recentemente.
A negligência administrativa merece registro. Ninguém questiona isso. Mas será que é motivo para uma capa de jornal? Pouco tempo antes, vimos Sarney confirmar que usa o subsídio à moradia tendo casa propria em Brasilia e o escandalo foi dizimado com um pequeno pedido de desculpas. Nenhuma demissão. E tudo ficou por isso mesmo. Antes disso, o escandalo das passagens mereceu o mesmo espaço.
Agora, quando o ministro do Meio Ambiente mostra a que veio e trabalha no sentido de saltar obstáculos que nem deveriam existir, gera-se uma manchete que é um soco no estomago do ambientalista.
Estranho tudo isto, vindo de um jornal que apoiou campanhas históricas como a defesa do Pantanal, da SOS Mata Atlantica entre outras, e que dedica um bom espaço para as questões ambientais com uma frequencia superior à dos demais. Uma pena!