quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Semana de 7 a 12 de fevereiro de 2011

Uma grande movimentação internacional está em curso. A imprensa ainda não notou a marola, mas há uma série de articulações em vários níveis, seja no Brasil, seja nos países que fazem história nas questões ambientais. O foco final de todos é a Rio+20 que promete ser um dos maiores eventos ambientais da década. Esforços de todos os lados, reuniões pelos quatro cantos do planeta estão acontecendo sem parar para gerar um trabalho estruturado que possa trazer resultados eficazes. Quem melhor retratou ultimamente este movimento foi Washington Novaes no Estadão levantando um detalhe interessante. Enquanto a movimentação das ONGs e governos é intensa  o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, decepcionado com os resultados das reuniões do clima em Copenhague (2009) e Cancún (2010),  reduziu sua equipe que trata de mudanças climáticas de 12 para 5 pessoas, e aumentou para 12 pessoas a equipe voltada para desenvolvimento sustentável. A perspectiva de Ban Ki-moon é de que não haja acordo sobre as mudanças climáticas a curto prazo. O novo foco, na economia verde deve representar algo mais palpável para o secretário geral, no que ele não está totalmente errado. O risco é partirmos para soluções pragmáticas de curto prazo que não vislumbram um planejamento de longuíssimo prazo que é fundamental para mudanças tão profundas quanto as que teremos que fazer nos próximos anos.
Enquanto isso Belo Monte continua firme e forte sob a alegação de que a sociedade civil já foi exaustivamente consultada, o Código Florestal brasileiro segue sua trilha devagar e ardilosamente articulada por aqueles que querem sua aprovação sem mudanças.
Está faltando trabalhar uma pauta respondendo à seguinte pergunta: quanto custa a articulação da sociedade civil em um país onde o governo ainda tem uma liberdade de expressão e de ação infinitamente maior do que o normal agindo sem se importar muito com o que seus eleitores pensam? Qual é o tamanho de nossa fragilidade?