domingo, 13 de dezembro de 2009

COP 15 e o mundo na Web

Mesmo que as negociações emperrem e nada do que está esperado para acontecer,aconteça, a CoP15 será um marco na História da Humanidade.
É a primeira vez que um movimento formado pela sociedade civil se forma com consistência global tão intensa sobre um tema tão complexo como é o das mudanças climáticas.
E isso não começou agora. Há mais de 3 anos, a "coisa" começou a tomar corpo, devagar, estruturando-se com base nas redes sociais, sem discriminar nada ou ninguém.
O movimento foi tomando uma dimensão tal que hoje vemos nos vários canais da midia, fotos e filmes de demonstrações pelo mundo inteiro clamando pelo mesmo mote: QUEREMOS UM ACORDO PRÁ VALER, WE WANT A REAL DEAL.
Não há censura televisiva, impressa que contenha a avalanche de imagens que se espalhou pela web e que tende a crescer cada vez mais retroalimentando o movimento, a articulando as entidades da sociedade civil e pressionando de forma constante os representantes dos governos.
Este "dialogo" se dá de uma forma nova e ninguém tem experiencia para dizer ou vislumbrar o que acontecerá nos proximos meses a partir do que está acontecendo agora!
Será que as pressões terminarão após a CoP15 e haverá o refluxo dessas populações que voltarão frustradas e passivas para suas casas? O movimento continuará a evoluir e formará uma nova instancia de poder no mundo globalizado? Funcionará como um termometro, estabelecendo os limites toleráveis para a indiferença ou a burocracia dos governantes?
Quanto uma estratégia de lobby conseguirá ser eficaz dentro de um mundo que se comunica em segundos,livremente, trazendo à tona tantos matizes e informações ?
Uma coisa é certa: depois da CoP15 o mundo dos governantes não será o mesmo e a mídia também terá que repensar formas de trabalhar melhor pois as redes sociais estão reportando o que está acontecendo hoje há muito tempo, com todos os seus matizes.
Nosso jornalismo viciado, repercutindo noticias sempre com as mesmas fontes há mais de 30 anos terá que mudar. A necessidade de interagir de perto e rapidamente com a sociedade civil estruturada em pequenas células muda visivelmente o padrão atual.
A comunicação entre as pessoas, empresas, governos mudou. E esta mudança se reflete em gente na rua, gente tomando decisões, gente que quer uma melhor relevância no conteúdo para tomar decisões sobre sua vida.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Semana de 14 a 19 de outubro de 2009

A matéria que mais repercutiu nesta semana foi a de que oelhos estão sendo usados como matéria-prima para a produção de biocombustível para o aquecimento de casas na Suécia. São milhares de coelhos são queimados em uma usina de geração de energia na região central da Suécia. Os animais vem da capital sueca, Estocolmo .Um dos caçadores, Tommy Tuvunger, disse ao site da revista alemã "Spiegel" que seis mil coelhos foram mortos no ano passado. Neste ano, três mil já foram caçados.
A segunda mais publicada trata da reunião dos governadores da Amazônia Legal que decidiram desenvolver ações para incluir nos debates da 15ª Conferência do Clima (COP-15), que será realizada em dezembro, em Copenhague (Dinamarca), . Para os governadores, os pagamentos por serviços ambientais são cruciais para o financiamento de investimentos em infraestrutura, ciência e tecnologia, capacitação e apoio à produção. Com isso, eles esperam promover a transição do atual modelo econômico regional para uma economia sustentável, de baixo carbono e alto conteúdo tecnológico. O discurso ainda está focado na captação de benefícios e não no desenvolvimento de uma economia sustentável. E uma boa notícia é que finalmente
o governo vai anunciar ainda em outubro a retirada do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) sobre os produtos reciclados. Outra medida em estudo pelo governo é o incentivo a cooperativas de catadores por meio do pagamento de serviços ambientais urbanos. MInc informou que se trata de um mecanismo econômico que inclui mais gente na proteção. No caso dos catadores, é estabelecer um preço mínimo de sustentação para os produtos reciclados, de maneira a impedir que eles fiquem na miséria, como na crise que derrubou o preço dos produtos, comentou ele.
E a matéria que menos repercutiu trouxe a informação de que a União Europeia não quer garantir um corte de emissões de CO2 de 30% antes que outras nações se comprometam a fazer esforço equivalente. Países como Reino Unido, Bélgica, Holanda, Suécia e Dinamarca insistem que esse objetivo. Mais uma vez está criado o circulo vicioso de " vamos ver quem se mexe, prá que eu possa me mexer".

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Semana de 5 a 12 de outubro de 2009

Nesta semana, de novo as mudanças climáticas deram o tom da maior parte das matérias publicadas sobre meio ambiente no Brasil. O assunto ganhou corpo e começa a ser o grande foco das abordagens agora.

América Latina é a única região do mundo que ainda tem um "superávit ecológico" e por isso deve articular as políticas adequadas para preservar seus recursos, de acordo com a apresentação, nesta segunda-feira, do livro "O Poder Ecológico das Nações".
Mathis Wackernagel comentou que o século XXI "nos está obrigando a ver que a verdadeira riqueza da terra não está no dinheiro, mas nos recursos ecológicos".
A publicação é resultado da colaboração entre a Fundação Acordo Equador e Fórum Cidades para a Vida, com o apoio da Secretaria-Geral da CAN e a Comissão Europeia, através do projeto SOCICAN (Ação com a Sociedade Civil para a Integração Andina), e Global Footprint Network


Noruega anunciou ontem em Bangcoc, na Tailândia, a meta mais ambiciosa de corte de emissões de gases que provocam o aquecimento global entre os países desenvolvidos.
O governo norueguês disse que reduzirá até 2020 suas emissões de gases-estufa em 40%, em relação ao nível de 1990.
A Petrobras, que acumula os títulos de maior empresa e maior poluidora do país, poderá quadruplicar seu volume de emissões de gases do efeito estufa quando forem colocados na ponta do lápis os impactos da extração de petróleo da camada do pré-sal informa O GLOBO. Cálculos preliminares da Fundação Getulio Vargas (FGV), de São Paulo, dão conta que as emissões podem passar de 51 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (COe) para 200 milhões de toneladas de COe.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Semana de 27 a 4 de agosto de 2009

A Amazônia voltou a ser a mais falada na semana que passou. O destaque foi para o governo que lançou no dia 30 de julho, o Plano Nacional de Outorga Florestal (Paof), definindo as áreas de florestas públicas que podem ser exploradas comercialmente até 2010. Trechos de seis florestas nacionais na Amazônia poderão ser licitados, em uma área total de 2,7 milhões de hectares. De acordo com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), as concessões devem produzir 840 mil metros cúbicos de madeira legal, o equivalente a 38 mil caminhões carregados de madeira. As concessões florestais permitem a exploração das áreas de florestas públicas por 40 anos. Além da exploração de madeira, as concessões permitem atividades extrativistas e visitação turística.

As espécies de árvores exploradas são definidas por um plano de manejo e a retirada é feita com base em um revezamento. O empresário divide a área em pequenos lotes e explora um de cada vez, para que a parte derrubada possa se regenerar. O cumprimento do plano de manejo é fiscalizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de auditorias independentes a cada três anos.

Mas nesta semana vale também a pena destacar duas publicações que deram a capa para questões ligadas ao meio ambiente e à sustentabilidade sem que houvesse uma pauta governamental ou data especial, tipo Dia do Meio Ambiente. Uma das foi a Veja São Paulo com a capa sobre a coleta seletiva da cidade e um diagrama muito bem feito sobre a reciclagem, destinação do lixo facilmente compreensível por qualquer um. Outra publicação foi a Época Negócios, inteiramente dedicada a negócios verdes. Vale a pena conferir pois a edição aborda como a preocupação com o meio ambiente gerou novas oportunidades de ganhos e expandiu um novo jeito de fazer negócios.


Das noticias não faladas pela imprensa não se sabe porque, destaco as discussões e o enorme impacto que as obras de expansão do porto de São Sebastião deverá causar a Ilha Bela. Não dá para entender porque a imprensa não está acompanhando esta movimentação, de ambos os lados. No inicio de agosto haverá um evento na USP sobre o assunto. È só olhar detalhes no site nossailhamaisbela.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Semana de 20 a 27 de julho de 2009

A Amazonia voltou a ser o foco das atenções em numero de quantidade das noticias de meio ambiente na semana que passou mas o fato é que as noticias são todas repercussão de informações da semana passada. Outros temas bastante abordados foram o desmatamento, lixo e o agribusiness.
Dentre todas, vale a pena destacar uma lei que está sendo avaliada pelo Senado norte-americano que tem todos os componentes de protecionismo ambiental – ou seja, a intenção é subsidiar novas tecnologias limpas para os carros, desde que sejam norte-americanas. A lei se chama Lei de Segurança e Energia Limpa, prevista para entrar em vigor em 2025. A idéia é liberar 30% dos custos para expandir ou abrir fábricas de automóveis , peças e montagem de carros limpos.

Das noticias que menos repercutiram destaco a informação de que o número de pés de seringueira aumentou 67% nos últimos dez anos em São Paulo. O Estado é responsável por mais da metade da produção nacional de borracha. Os dados são do IEA (Instituto de Economia Agrícola), ligado ao governo do Estado.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Semana de 14 a 20 de julho de 2009

Uma das informações que mais repercutiu foi o anuncio de uma rede de usinas de produção de energia totalmente limpa no no norte da África, dentro do Deserto do Saara , capaz de fornecer pelo menos 15% da eletricidade consumida na Europa, além de dois terços da necessidade do norte africano e do Oriente Médio.
O Desertec prevê a instalação de uma tecnologia solar de última geração, que utiliza espelhos para concentrar a luz do sol sobre torres de energia que produzem vapor, que por sua vez movimentam turbinas que produzem eletricidade. O calor excedente produzido durante o dia pode ser armazenado em tanques especiais para manter a usina em funcionamento durante a noite ou em dias nublados.
A idéia de se aproveitar o sol do Saara vinha amadurecendo há décadas, mas só agora o avanço das tecnologias, tanto solar quanto de transmissão de eletricidade, viabilizou o investimento. Restam as questões políticas, que certamente não dependem de avanços tecnológicos e sim de decisões culturais e de autonomia sobre o uso do espaço que certamente deverá ser ressarcido por isso.
Uma das noticias que menos repercutiu em termos nacionais foi a criação do maior parque linear do mundo, aqui em São Paulo ao longo dos 1,1 mil km do rio Tiete. O governo estadual assinou convênio com as prefeituras de oito municípios para preservar as várzeas, recuperar a drenagem do rio e melhorar as condições ambientais. O Parque Várzeas do Tietê terá 107 km² de área verde e 33 núcleos com equipamentos de lazer, cultura, arte e esporte. Imaginou que beleza ter um parque a exemplo do que já existe em Roma e poder fazer um programa grátis de um dia pelo rio Tiete?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Semana de 8 a 13 de julho de 2009

A semana que passou foi rica em marchas e contramarchas relacionadas aos debates na reunião do G8 sobre o necessário compromisso para reduzir o impacto das atividades humanas nas mudanças climáticas. De concreto nada de avanços e uma critica dura do Secretário Geral da ONU lamentando a falta de comprometimento em definir claramente metas para dar inicio a um programa sério visando amenizar o problema.
Mas a matéria que mais repercutiu mesmo foi uma nota sobre a cidade australiana Bundanoon, ou Bundy que proibiu, após deliberação dos moradores, o uso de água engarrafada. A decisão veio depois que uma empresa de bebidas anunciou que queria extrair água do local, leva-la para Sidney, para engarrafa-la e transporta-la de volta para a cidade para vende-la. Não se tem noticia de que outra cidade tenha tomado tal decisão no mundo.
Das matérias que menos repercutiram temos o parecer técnico do IBAMA sobre a pavimentação da BR 319, que une Manaus a Porto Velho, e que foi considerada inviável ambientalmente falando. Isso gerou polemicas em vários órgãos do governo e promete ter repercussões em breve. Segundo o Greenpeace agora o licenciamento só será retomado no ano que vem.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Semana de 30 de junho a 8 de julhode 2009

Além da noticia que mais repercutiu informando que o Brasil é o país com maior número de espécies de pássaros ameaçadas de extinção em todo o mundo outra noticia que de bastante impacto foi a de que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao Japão que aumente sua ajuda aos países em desenvolvimento para lutar contra a mudança climática.
Mas importante mesmo foi a informação de repercussão média de que o Brasil está aquém das metas de preservação da biodiversidade que assumiu para 2010 dentro da CDB (Convenção sobre Diversidade Biológica), o mais importante acordo internacional para gestão da fauna e da flora do planeta. Em vigor desde dezembro de 1993, o tratado entra agora numa fase crítica sob o risco de virar uma peça de ficção, por culpa do Brasil e de outros países signatários.
Uma noticia que pouco ou nada repercutiu foi a de que a mistura de 4% de biodiesel ao óleo diesel comercializado em todo o país começou a ser obrigatória. Cada litro da nova mistura reduz em 3% a emissão de gás carbônico.
Embora a quantidade de notícias ambientais tenha sido alta os assuntos ficaram divididos entre Amazonia, Lixo, Mudanças Climáticas e Acordos Internacionais, este sim como o assunto mais abordado pela imprensa nacional pautados por eventos governamentais.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Semana de 23 a 30 de junho 2009

O Estado de S,Paulo foi o campeão de noticias ambientais da semana que passou. Abordou vários temas relacionados ao meio ambiente como há muito tempo não fazia.
O tema mais abordado foi o das energias renováveis.
Já em numero de matérias temos sobre assuntos relacionados temos o anuncio da Petrobras e da Vale formando uma parceria para exploração de petróleo e gás natural no Espírito Santo e anúncios de ambas as empresas buscando alternativas energéticas para suas operações.
Nas que menos repercutiram temos duas informações importantes: o anuncio do primeiro ministro britânico Gordon Brown sugerindo a criação de um fundo alimentado pelos países ricos de US$ 100 bilhões por ano para financiar as nações em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas. O pacote faria parte do acordo que se negocia até o final do ano para determinar novos limites às emissões de CO2. Brown ainda quer reduzir em 50% o ritmo de desmatamento das florestas tropicais até 2020 e parar por completo a perda de cobertura florestal até 2030. Ou seja, mais uma vez surge uma proposta neste sentido. Outro, foi um fato que mostra uma guinada de 180 graus no posicionamento ambiental norte-americano. A Câmara dos EUA aprovou na semana passada por 219 votos a 212 uma lei climática que estabelece limites para emissões de gases causadores do efeito estufa e um mercado de créditos de carbono. A aprovação da lei na Câmara foi vitória, apertada, è verdade, do presidente Obama defende a redução da dependência americana do petróleo importado. De acordo com a proposta aprovada na Câmara, que ainda precisa passar pelo Senado para se tornar lei, os EUA se comprometem a reduzir em 17% as emissões até 2020 e 83% até 2050, em relação aos níveis de 2005.
E aqui no Brasil, o presidente Lula fez apenas dois vetos na medida provisória que permitiu na semana passada começar a regularização de posses de até 1,5 mil hectares da Amazônia. Os ambientalistas reclamaram mas dias depois pararam de repercutir o assunto.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Semana de 15 a 20 de junho 2009

As Mudanças climáticas foram o centro das atenções da maior parte das matérias publicadas sobre meio ambiente na semana que passou.

A que mais repercutiu foi sobre o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), informando que quase 2 milhões de toneladas de gases do efeito estufa deixaram de ser emitidas pela indústria brasileira entre novembro e abril . Motivo? A crise financeira. Nada a ver com planejamento ou medidas preventivas.
Enquanto isso, o governo dos EUA afirmou que os efeitos da mudança climática já estão sendo sentidos por la e pode ser que o fenômeno seja pode ser irreversível . Enquanto isso surgem informacoes de que a Ásia pode aumentar para mais de 40% até 2030, tornando-a o maior motor da mudança climática do mundo. Mesmo assim, alerta da revista Science publicando estudo da Universidade de Columbia informa que
As atuais concentrações de dióxido de carbono na atmosfera são as maiores já registradas nos últimos 2,1 milhões de anos. O estudo comprova que quanto maior for a concentração de CO2, mais elevada é a temperatura do planeta.
Uma noticia importante e de repercussão media foi o cancelamento do acordo do Frigorífico Bertin com a International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial que apoia o setor privado. O Bertin deixara portanto de receber cerca de US$ 90 milhões.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Semana de 15 a 19 de junho de2009

O destaque desta semana é uma noticia com pouca repercussão. Quem desmata, retira ouro, abre estradas ou mata animais dentro de parques e reservas na Amazônia tem poucas chances de ser punido. Um estudo publicado nesta segunda-feira (14) pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) revela que apenas 14% dos processos contra crimes ambientais nesses locais resultam em algum tipo de responsabilização

Importante também a movimentação dos ambientalistas em várias frentes para alertar sobre os perigos da MP da Grilagem que é apenas o inicio de um grande processo de desmonte da Legislação Ambiental brasileira.

O fato ganhou manchetes em vários jornais e revistas, mas já começa a perder força sendo substituído pelas denuncias no Senado e pela campanha contra a carne brasileira produzida em terras desmatadas da Amazônia levada adiante pelo Greenpeace. Aliás, esta campanha pegou o setor de calças curtas, pois percebe; se claramente que a velocidade com que as noticias se espalham hoje em dia no mundo, foi relevada pelos pecuaristas.

Estes dois embates ainda não terminaram e deverão ser tema de noticias ao longo das próximas semanas.


Alerta
Um estudo publicado na última edição da revista científica "Science" afirma que a derrubada de florestas para criação de pastagens ou plantações na Amazônia tende a provocar uma elevação inicial rápida nos índices de desenvolvimento humano local, mas a vantagem desaparece na medida em que o desmatamento avança.

Depois da Usina Nuclear de Angra 3, que deverá entrar em operação em 2014, o governo pretende construir mais quatro usinas nucleares até 2030, cada uma com 1 mil megawatts de potência. A primeira deve entrar em operação em 2019, na Região Nordeste, entre Recife e Salvador. Outra usina deve ser construída na mesma região, e mais duas na Região Sudeste, entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Semana de 27 a 31 de maio de 2009

Na semana que passou o tiroteio entre o ministro do Meio Ambiente e os ruralistas tomou proporções impensáveis meses atrás. O interessante é notar que o conflito atinge seu auge exatamente na semana do Meio Ambiente e está calcado em uma campanha visivelmente orquestrada pela bancada ruralista com o claro objetivo desmoralizar Carlos Minc. Isso acontece exatamente no momento em que ele questiona uma série de inabilidades do governo ao qual pertence.
No momento em que Minc dirigiu sua artilharia na direção de vários atores do cenário da devastação ambiental brasileira surge uma manchete no Estadão informando que o IBAMA segurou por quase 9 meses a aplicação de uma multa de R$ 3milhões contra o grupo Bertin.

A noticia mereceu capa do jornal e trouxe um índice remissivo dos fatos referentes somente ao leilão dos bois piratas e não trouxe nenhuma referencia aos ataques previos do ministro aos seus pares. A impressão ao leitor desatento, era de que esse ministro tão metido a acusar desmandos e falta de composturas, tinha agora um telhado de vidro.
Lendo com um pouco mais de atenção, percebe-se que a multa não deixou de ser aplicada.
O que aconteceu é que ela levou nove meses para ser aplicada. A empresa promete inclusive recorrer da penalidade por achá-la indevida e inclusive cita outras multas recebidas recentemente.
A negligência administrativa merece registro. Ninguém questiona isso. Mas será que é motivo para uma capa de jornal? Pouco tempo antes, vimos Sarney confirmar que usa o subsídio à moradia tendo casa propria em Brasilia e o escandalo foi dizimado com um pequeno pedido de desculpas. Nenhuma demissão. E tudo ficou por isso mesmo. Antes disso, o escandalo das passagens mereceu o mesmo espaço.
Agora, quando o ministro do Meio Ambiente mostra a que veio e trabalha no sentido de saltar obstáculos que nem deveriam existir, gera-se uma manchete que é um soco no estomago do ambientalista.
Estranho tudo isto, vindo de um jornal que apoiou campanhas históricas como a defesa do Pantanal, da SOS Mata Atlantica entre outras, e que dedica um bom espaço para as questões ambientais com uma frequencia superior à dos demais. Uma pena!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Semana de 25 a 29 de maio de 2009

Esta semana foi muito fraca em noticias sobre meio ambiente na imprensa brasileira. Isso é resultado da falta de eventos internacionais de grande repercussão e da pouca movimentação do gobernó em criar novos fatos.
A exceção ficou por conta da decisão do governo federal em transferir 13% de terras da União localizadas na Amazônia Legal. Uma área igual a metade do tamanho da França irá para particulares, apesar de o governo não saber quem a ocupa nem se essa ocupação foi pacífica ou de má-fé. Outra área, maior do que a Polônia estão divididos oficialmente em 196 mil posses registradas no Incra, das quais cerca de 10% apenas são legais. Mas o próprio governo acredita que esse número é muito maior.
A “MP da grilagem” como vem sendo chamada a decisão em vigor desde fevereiro, sofreu na semana passada uma série de modificações na Câmara que facilitam o processo para o posseiro tornar-se proprietário da terra que cobiça.
Para ambientalistas, as modificações no texto não cumprem a função social da posse prevista na Constituição - a de beneficiar quem precisa da terra para sobreviver - e vão premiar invasores que usaram violência. O Instituto Socio Ambiental alertou para o fato deste mercado ser um mercado em que a boa fé é artigo raro.
Outro absurdo foi o fato da inspeção veicular nacional não ter sido aprovada. Na reunião marcada para discutir a proposta de controle da emissão dos poluentes em todo País foi definido que, antes de aprovar a norma, “workshops” serão oferecidos para orientar indústrias, motoristas e órgãos estaduais responsáveis pela área ambiental. Fazem 17 anos que o assunto vem sendo tratado atraves de resoluções do Conama. Segundo o Ministerio do Meio Ambiente esse período agora voltado para a realização de palestras e seminários será destinado para debater quatro pontos relacionados ao programa de controle de emissão: volume e característica da frota a ser inspecionada; execução e planejamento dos planos estaduais; limite de emissão e forma de medição; primeiras cidades em que a resolução será aplicada. Pode?


A agencia EFE mandou noticia que pouco repercutiu no Brasil mas que trata de um aspecto extremamente importante na redução do uso de sacolas plásticas na China . O consumo anual de cerca de 60 bilhões de sacos plásticos diminuiu para 20 bilhões em 12 meses quando os supermercados passaram a cobrar por elas .
As sacolas ultrafinas foram proibidas e os comerciantes passaram a ser multados em até US$ 1,4 mil ao ser constatado que estavam dando bolsas plásticas gratuitamente.

terça-feira, 19 de maio de 2009

semana de 11 a 18 de maio de 2009

A semana foi intensa em matérias ambientais relacionadas só ao Brasil.
A que mais repercutiu foi a apresentação do recém-concluído Relatório do INCRA que mostra que um grupo de 60 assentamentos concentrou metade do desmatamento registrado nas áreas de reforma agrária da Amazônia Legal em 2008. Do total derrubado nos 60 assentamentos, 65% ocorreram no Pará ou em Mato Grosso --dois Estados que lideram o ranking geral de desmatamento do Inpe
Das notícias que repercutiram medianamente temos uma que está diretamente relacionada ao relatóriodo Incra. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, perdeu duas brigas dentro do governo . A primeira se refere aos 3 mil novos funcionários que ele pretendia contratar para cuidar das reservas florestais amazônicas. Minc conseguiu apenas 1 mil. A criação da Guarda Florestal Nacional ficou só na intenção pois o governo não quer comprar briga com a oposição e os partidos aliados agora para tentar mudar a Constituição.
O Ministério do Meio Ambiente engoliu a derrota, por enquanto, mas promete lutar que voltará à carga sobre o assunto em breve.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Semana de 2 a 8 de maio de 2009

Esta semana o que pesou nas pautas ambientais foram as declarações do presidente dos Estados Unidos.
A matéria que mais repercutiu foi o anuncio de novas regras para as metas de combustíveis renováveis nos Estados Unidos, que representam uma grande vitória para o etanol de cana brasileiro.
Essas regras classificaram o etanol de cana, oficialmente, como mais eficiente na redução da emissão de poluentes que o de milho, produzido nos EUA. Essa classificação abre o caminho para usinas brasileiras concorrerem às cotas de "biocombustíveis avançados" , que serão de 2,2 bilhões de litros neste ano e chegarão a 80 bilhões de litros em 2020.

Uma outra noticia repercutiu bastante e veio do anuncio feito por Bill McKibben que é escritor e ambientalista norte-americano que está liderando uma campanha intitulada"O número 350 é o mais importante do planeta . O número foi escolhido para dar uma referencia às pessoas em geral sobre o significado de "segurança climática". Trata-se do limite de concentração de carbono na atmosfera que o mundo deve adotar para evitar uma catástrofe ambiental, medido em partes por milhão. O nível atual de concentração já é maior do que isso: 381 ppm. No período pré-industrial era de 278 ppm. O ambientalista viajará o mundo divulgando este número e traduzindo em miúdos algo complexo para que as pessoas possam se engajar na defesa de um clima mais saudável.

Agora, a notícia mais importante da semana foi a que menos repercutiu. Veio do Instituto Sócio Ambiental, ONG respeitadíssima, que alertou para os trabalhos em curso no Senado Federal para rever o Código Florestal brasileiro. O tempo fechou na audiência publica conjunta que reuniu 11 comissões com representantes


do governo federal e de organizações da sociedade civil subsídios para a revisão do Código Florestal.

A audiência pública foi requerida pela senadora Kátia Abreu (DEM/TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA que quer instituir um novo Código Ambiental brasileiro, com ênfase na resolução do passivo ambiental das propriedades rurais.
A audiência deixou claro que há muita contradição por trás do discurso a favor do desmatamento e que as soluções específicas prescindem de maior confiança na aplicação dos instrumentos legais.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Semana de 27 de abril a 1 de maio de 2009

A noticia que mais repercutiu na semana que passou foi a da Folha de S.Paulo de que a Petrobras começou a produzir um novo óleo diesel com baixo conteúdo de enxofre, ou seja, menos poluente. A empresa também fala em auto-suficiência neste tipo de combustível para 2012. Já o Estadão avisou dias antes que o Brasil estava importando este ano cerca de 1 bilhão de litros de diesel do tipo S50 (com 50 partes de enxofre por milhão ou ppm) para atender à determinação do (Conama) para redução das emissões de enxofre nos grandes centros urbanos. O volume importado representará dois terços desse tipo de diesel consumido em 2009.
Outra noticia que também repercutiu bastante foi a proposta brasileira na reuniao do G8 de Siracusa para que os paises adotem uma taxa de 10% sobre os lucros da indústria petroleira, a fim de alimentar o fundo de proteção ao ambiente contra o aquecimento global.
O interessante foi notar o tom diametralmente oposto das manchetes e abordagens destes assuntos pela Folha de S.Paulo e pelo Estadão.
Enquanto a Folha aborda a participação brasileira e as ações ligadas ao meio ambiente por parte do governo em tom extremamente otimista, o Estadão adota um tom oposto, pessimista e critico.
Ou seja, para os leitores da Folha, a semana que passou foi pródiga em ações de meio ambiente especialmente no que se refere às ações do Governo, já para os leitores do Estadão....

Enquanto o Congresso e o governo negociam mudanças nos atuais limites do desmatamento no país, uma pesquisa Datafolha mostrou que 94% dos entrevistados preferem a suspensão do abate de árvores, mesmo que isso signifique frear o crescimento da produção agropecuária. Esta foi a matéria que menos repercutiu na semana passada.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Semana de 22 a 27 de abril de 2009

O Dia Mundial da Terra que aconteceu na semana passada pautou a maior parte dos assuntos relacionados ao meio ambiente publicados na imprensa brasileira.
O tema mais abordado foram as florestas, seus impactos, dados estatísticos que não param de ser revisados para cima e para baixo. Fica claro, na leitura dos sites e jornais que o Brasil tenta administrar o um monitoramento frágil e ainda tem um longo caminho a percorrer até ter consistência para fundamentar o planejamento a longo prazo.
Dentre as várias notícias que repercutiram bastante temos que as principais empresas comercializadoras de soja ligadas à Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) e à Associação Nacional das Empresas Exportadoras de Cereais (Anec) anunciaram que não vão comprar soja da safra 2008-2009 que tenha provocado desmatamento na Amazônia. E mais: não haverá crédito para os fazendeiros que desafiaram a moratória, em vigor desde julho de 2006. A reação da indústria é uma resposta clara aos resultados do segundo monitoramento do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), que detectou fazendas que plantaram o grão em áreas recém desmatadas na Amazônia.
Outra noticia, esta positiva trata do crescimento, nos últimos 12 anos, das áreas cobertas por vegetação natural e reflorestadas nas propriedades agrícolas do Estado de São Paulo. Os dados são de 2007 e 2008. Informações da Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo mostram aumento de 26% na área de mata natural e de 24,5% na área reflorestada, em comparação com o censo de 1997, com dados de 1995 e 1996.
Nas noticias que menos repercutiram destaquei os quarenta projetos de construção de usinas termoelétricas "sujas" - movidas a carvão ou a óleo combustível – que deverão entrar em funcionamento, na Região Nordeste, entre 2010 e 2013. É o resultado de políticas de atração de investimentos a qualquer custo por parte de Estados e municípios.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Semana de 19 a 24 de abril de 2009

Nas notícias que mais repercutiram nesta semana, uma chamou a atenção. A audiência entre órgãos federais e estaduais em Florianópolis está buscando soluções para o impasse entre o código ambiental de Santa Catarina e a legislação federal. No fim do mês passado, a Assembléia Legislativa do Estado aprovou o Código Estadual do Meio Ambiente, que diminui a área de preservação ambiental estabelecida pelo Código Florestal Brasileiro. O problema todo é que Santa Catarina está flexibilizando leis ambientais, indo na contra-mão das normas federais que são mais rígidas.
Imaginou se isso pega?
Das noticias que menos repercutiram temos que a Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no Estado de São Paulo multou a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) em R$ 282,5 mil por recolher animais da fauna silvestre durante as obras do Trecho Sul do Rodoanel sem autorização. Ontem, o Estado revelou que 105 animais que habitavam áreas da obra, em região de mata atlântica, morreram depois de passar pelo manejo de técnicos da empresa ligada ao governo estadual e responsável pelo empreendimento. Pode?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Leitura da semana de 6 a 13 de abril de 2009

Um fato que chama a atenção na cobertura ambiental brasileira é a falta de analises comparativas de lançamentos de campanhas, estatísticas e informações parciais de fatos.
Isso transforma a informação ambiental em uma imensa ladainha de denuncias, lançamentos de programas, contra-denuncias sem que ao leitor seja possível formar uma opinião mais consistente sobre os vários aspectos que envolvem uma área tão complexa como é a ambiental.
Por exemplo: o Estadão deu na semana passada a notícia sobre Um pacto para restaurar 150 mil quilômetros quadrados da mata atlântica - uma área equivalente ao Estado do Ceará. Diz a matéria que a meta é recuperar 30% da área original do bioma até 2050. Duas frases depois diz que a iniciativa pretende restaurar 10% do bioma original que desapareceu. Não dá para entender nada.
Estranhamente a matéria não cita valores a serem investidos nem as áreas onde a recuperação merecerá atenção.
Em 2001, o mesmo Estadão dava uma matéria informando que até então já haviam sido investidos R$ 321 milhões na mata atlântica e 1.015 organizações públicas, privadas e da sociedade civil organizadas estavam envolvidas em projetos de conservação e recuperação da região.
Sugestão: como o assunto tem uma longa história de matérias na mídia, por que não trabalhar um pouco mais a informação e prestar um serviço de qualidade ao leitor?


O governo concluiu estudo sobre a localização de portos ou terminais que deverão ser construídos para comportar o aumento na movimentação de carga prevista até 2023. Foram definidas 19 áreas, subdivididas em 45. Há que se ficar atento às áreas de preservação ambiental para que não sejam degradadas a exemplo da tentativa de instalação de um porto em Peruíbe.

Das noticias que menos repercutiram temos a de que uma equipe internacional de pesquisadores seqüenciou os genomas de duas variedades de algas verdes microscópicas, mostrando os genes que lhes permitem capturar o gás carbônico (CO2) e manter o equilíbrio químico dos oceanos.

terça-feira, 3 de março de 2009

Leitura de 23 de fevereiro a 3 de março de 2009

Semana focada em mudanças climáticas por conta do evento mundial sobre o tema em Nairóbi dias atrás.
Das matérias que mais repercutiram temos uma informando que a velocidade com que o nível do mar está subindo agora é quase o dobro daquela verificada no século 20. Os dados mais recentes, coletados desde 1993, mostram que a elevação da linha d'água até 2100 será de 1,80 metro, mais do que o dobro da prevista pelo painel do clima da ONU.
Outra matéria interessante de repercussão média vem da Folha On Line. Fala de um biólogo brasileiro que detectou que os botos marinhos em Paranaguá vêm apresentando extensas feridas na pele. As fotos do pesquisador foram levadas para uma veterinária holandesa no Peru e ela descobriu que se trata de um tipo de micose, provavelmente causado pela poluição da água. Entre os prováveis agentes poluidores estão as fazendas de camarão e o uso pesado de antibióticos profiláticos. Arredios e sem o carisma do golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), esses animais ainda são virtualmente desconhecidos pelos cientistas. Até 1993, não havia nenhum trabalho de fotoidentificação desses animais, e somente em 2005 uma análise de DNA revelou que eles são uma espécie separada do boto tucuxi da Amazônia.
É do Correio Braziliense uma das matérias que menos repercutiu e que no entanto alerta para um processo fundamental no desenvolvimento de ações do governo na Amazônia. Trata-se das 249 emendas apresentadas por parlamentares para mudar a medida provisória 458. A disputa em torno do comando desta ação tem alguns componentes importantes: o foco nas eleições daqui a dois anos dada a repercussão que o assunto deve ter nos proximos meses. O curioso é ver deputados de cidades a 2 mil km da Amazonia proporem a extensão do beneficio para regiões tão longinquas.


O que propõe a MP 458


Simplifica a regularização das posses de até 1,5 mil hectares
em terras da União na Amazônia Legal

Transfere para cerca de 450 municípios as terras - pertencentes à União - sobre as quais essas cidades foram erguidas

Proíbe a regularização de qualquer posse surgida sobre áreas das Forças Armadas, ocupadas por populações indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais, florestas públicas, unidades de conservação ou que contenham benfeitorias federais

A posse de até 100 hectares será doada. As de 101 hectares a 1,5 mil hectares serão vendidas diretamente ao posseiro, sem licitação. A
alienação da área somente poderá ocorrer depois de dez anos. As posses de tamanho superior a 1,5 mil hectares não serão regularizadas