quarta-feira, 16 de março de 2011

Semana de 15 a 19 de março 2011

Não há lugar no mundo onde não se fale do tsunami no Japão e suas conseqüências. O tsunami que parecia algo impressionante foi rapidamente substituído nas manchetes pelos perigos que a população das ilhas está enfrentando com os constantes escapes de radio atividade da usina nuclear de Fukushima.
Números e mais números não conseguem esconder a falta total de preparo do ser humano no controle daquilo que ele criou frente um desafio imposto pela Natureza. Assim foi com vários acidentes acontecidos com usinas nucleares em vários países ou mesmo com as plataformas de petróleo. A energia nuclear não é trabalho para iniciantes. E, em seu controle, vemos constantemente que estamos engatinhando. Mas o ser humano é cabeçudo, segue em frente, não tem limites. Quando a Natureza se manifesta e não conseguimos controlar algo que parecia extremamente controlável entramos em parafuso. Quilômetros de matérias se acumulam, aumenta a audiência de todas as mídias e centenas de debates pipocam debatendo o assunto.
No Brasil, até que os debates começaram rapidinho e eles mostram novamente o que todos já sabemos: falta fazer a lição de casa e definir um modelo de produção de energia para o país levando em consideração o custo ambiental destas opções. A imprensa continua a repetir as versões apresentadas nos debates: os custos das opções existentes - biomassa, hidrelétricas, nucleares e eólicas são comparadas apenas a partir dos investimentos financeiros e não levam em consideração os custos ambientais de cada decisão. Na hora do desastre, estes custos aparecem e aí seguradoras começam a apresentar contas faraônicas, comunidades começam a contar seus mortos e por aí vai.
Seria bom que a imprensa fosse mais fundo na discussão e na difusão das noticias ou debates avançando na busca por informações mais consistentes e que pudessem auxiliar a opinião pública a tomar decisões com conhecimento de causa e não a partir de partes fracionadas de um grande iceberg.
Afinal quanto custa (de verdade) para  a nossa sociedade e para o mundo optar por usinas nucleares, energia eólica, biomassa ou hidrelétricas?