As duas ultimas semanas foram pródigas em matérias relacionadas ao meio ambiente por conta da enorme quantidade de chuva que caiu no país, mais significativamente no Rio de Janeiro. A chuva certamente não é a culpada pelas mortes e isso ficou muito bem explicitado na excelente cobertura feita pela Globo News tendo como repórter de campo Andre Trigueiro. A sensação era de estar assistindo a um tele-jornal como dos melhores no mundo. Não parecia cobertura jornalística brasileira por dois fatores principais: o repórter em questão tem bagagem suficiente para fazer uma cobertura critica e não se limitou a repetir o que esta ou aquela fonte disse. Mais do que isso, trouxe à tona dados relevantes do passado e do presente deixando claro a quem quisesse ouvir qual o motivo de tamanha catástrofe. Do outro lado, as perguntas dos ancoras também eram perguntas reais, que qualquer um faria. Sem censura. De resto, a chuva ocupou as manchetes dos jornais durante a ultima semana e trouxe imagens impressionantes mas deixou muito a desejar nas cobranças por soluções, refletindo a cultura local que moveu pessoas para atos de solidariedade instantânea mas não moveu para uma cobrança junto às autoridades.
Outro aspecto interessante neste período de aquecimento da campanha presidencial foi a citação rápida e breve de Jose Serra em relação às questões ambientais durante o lançamento de sua candidatura. Já o lançamento de Marina Silva teve pouquíssima repercussão na imprensa. Não dá para entender como alguém com o histórico de Marina não é visto pela imprensa como novidade ou uma alternativa diferenciada num cenário onde sempre os mesmos estão dando das cartas. A imprensa brasileira realmente tem um olhar viciado.